A arte trabalha antes de mais nada com a percepção. Seu poder principal não está em o que dizer, mas no como. Quando atinge a percepção é que ela revoluciona. É no inconsciente que encontramos nossa particularidade, nossa individualidade,mas também os elos que nos unem uns aos outros. E a arte quando atinge nosso insconsciente, nossa percepção profunda, vasculha um universo equiparavel ao dos sonhos.
Trabalhar um ator é, sobretudo e antes de mais nada, preparar seu corpo não para que ele diga, mas para que ele permita dizer. Não mostrar o que ele é, mas revelar o que, por meio dele, descobre ser. Ser artista é, antes de mais nada, predispor-se a revelar.
A busca do ator, assim como de todo artista que quer mais do que um simples reconhecimento social e economico, é a incontestável tentativa de reavivar a memória. A verdadeira técnica da arte do ator é aquela que consegue esculpir o corpo e as ações fisicas no tempo e no espaço, acordando memórias, dinamizando energias potenciais e humanas, tanto para o ator como para o espectador.
A arte de ator - da técnica à representação
Luis Otávio Burnier (1960/1995) ator, diretor, pesquisador e coordenador geral do LUME - Núcleo interdiciplinar de Pesquisas teatrais. Para saber mais: www.lumeteatro.com.br
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