quarta-feira, 24 de março de 2010

Encontro...

Fui convidada pela ONG SOABEM para coordenar um encontro com educadores de adolescentes e jovens.
Procurei contribuir compartilhando com o grupo apostas fortes que faço em um trabalho de educação: : estímulo à criatividade, ao lúdico, ao diálogo e à cooperação.
A proposta parte do entendimento que para ser encontro verdadeiro é necessário haver diálogo. Quando falo de diálogo, não me limito apenas à fala, mas sim a todas as atividades que carregam em si abertura para que haja comunicação, interação e ampliação de nosso ponto de vista nesse contato. O diálogo é essencialmente aprendizagem em um processo de participação de todos. Todas as atividades escolhidas visam que a valorização e o respeito ao ponto de vista e expressão de cada um esteja presente.
Compreendo que só podemos ensinar aquilo que praticamos, então, bora para a prática! :)
Em roda - forma mágica onde todos podem ver a todos e sentir-se parte de um coletivo onde a posição de cada um é tão valiosa quanto a do outro - com uma bolinha na mão hora de se olhar dizer seu nome, algo que gosta de fazer e lançar a bola para outro, olhando nos olhos.
Ainda fortalecendo o que gostamos - aspectos de nossa identidade - algumas perguntas foram feitas ao grupo: quem gosta de dançar? - quem se identificasse, devia levantar a mão, e trocar de lugar com outro que também levantou a mão. Logo o pedido: agora quem propõe uma pergunta para o grupo?
Esquentando ainda mais nosso encontro: em roda, mãos dadas, prestando atenção em quem está do lado direito e do lado esquerdo, soltar as mãos, trocar de lugar, ficar bem pertinho e então sem sair do lugar buscar as mãos que nas rodas estavam dadas as nossas. e construimos o chamado: nó humano! nó é bom porque dá pra desatar! e esse é o desafio, sem soltar as mãos, na cooperação, voltar à formação de roda!

Mais desafios: em dupla. Um na frente de outro, o que está na frente olhos fechados. E partimos para um jogo da confiança, estimulando o confiar em outros níveis. Confiar: fiar juntos!Regras do jogo: mãos nas costas anda para frente, mão na barriga anda para trás, mão no ombro direito vira para a direita, ombro esquerdo para a esquerda, toque na cabeça é para parar. E quem conduz é parceiro que cuida e auxilia o outro nessa brincadeira , quem sabe, a superar medo.
Ousando um tiquinho mais, limite não há! o infinito é nosso destino! :)Agora o desafio é: em grupo, um por vez fica no meio de olhos fechados e sem tirar os pés do chão lança-se para frente, para trás, para o lado, onde vai ser acolhido pelos parceiros.
Após esses jogos fizemos uma roda de conversa para compartilhar sensações e percepções que as atividades iniciais provocaram.

Ainda em roda pedi que cada um formulasse em uma frase o que sente que é o maior desafio ao se trabalhar com adolescentes e jovens. Gosto da palavra desafio porque, para mim, ela carrega a força da superação, diferente da palavra dificuldade que, para mim, pode reverberar em acomodações, reclamações, resmungos...

Alguns desafios que foram postos na roda: "o desafio de fazer com que os jovens interessem-se pelos assuntos tratados em aula"; "o desafio de auxiliar os jovens a se respeitarem"; " o desafio de falar a mesma lingua que o jovem", etc.

Compreendendo que as soluções estão em nós, em nossa reflexão e prática e também apostando que a inteligência coletiva supera a inteligencia individual e que, portanto, na troca, no diálogo, no compartilhar dos pontos de vista, luzes aparecem ao auxilio da superação dos desafios, fizemos a dinâmica dos círculos de conversação, inspirada no World Café

O grupo dividiu-se em três mesas, uma das pessoas voluntariou-se para ser o anfitrião da mesa. O anfitrião é responsável por guardar a memória daquela mesa e depois compartilhar com o grupo maior a síntese das idéias que rolaram nas conversações na mesa. O anfitrião pemanece na mesa e os demais participantes trocam de mesa ao sinal da pessoa que está organizando o encontro. O objetivo é que todos conversem com o maior número de pessoas presentes.

Perguntas significativas para o grupo são feitas para provocar a conversa. Nesse encontro a primeira pergunta feita foi:"como superar o desafio de dialogar com os jovens sobre temas que a principio parece não interessá-los?"

E a segunda: "É possível falar a mesma linguagem que o jovem? se sim, como?"

Após o tempo de conversa, a primeira coisa sentida foi que mais tempo de conversa seria ótimo! rs. Mesmo com o limite de tempo não satisfatório o grupo compartilhou que foi uma dinâmica muito rica para todos. Trocar é agregar, trocando saimos mais ricos.

Para finalizar fizemos uma roda em pé e cada um disse uma palavra que sentia que sintetzava para si nosso encontro. União, cooperação, alegria, encontro, diálogo... entre outras surgiram. A minha foi: gratidão ;)

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