sexta-feira, 29 de maio de 2009

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tive uma aula com os adolescentes da UI27, que sinto que vale registrar/compartilhar.
sexta passada fizemos uma apresentação na unidade.comecei a aula pedindo que os alunos registrassem como foi para eles fazer essa apresentação.segundo passo: um dos jovens conduziu um exercicio cenico (esse foi o nome que ele deu). na aula anterior da apresentação ele havia pedido para passar esse exercicio, e como estavamos com o tempo curto para o ensaio, combinei que isso aconteceria hj.
o exercicio foi o seguinte:
em roda, diálogo entre dupla
- Ce viu o pato?
- Que pato?
- o pato!
- Ah! o pato!
o jogo era que a conversa toda devia ser no mesmo tom da primeira pergunta. surgiram diálogos gagos, risonhos, espirrando, bravos, sussurados...foi ótimo! e gerou muitas risadas! alegria, parte séria da vida!depois fizemos a brincadeira (também proposta pelo mesmo aluno) de "vou pra marte e vou levar..." onde a charada é que só podemos levar coisa que comecem com a primeira letra de nosso nome.foi bem legal, tbém!próximo passo:levei dois curtas-metragens para assistirmos (Criança vê, criança aprende e lead india - procurar no marcador "vídeo")e inspirar conversas e exercicios.antes de vermos, disse o quanto estamos o tempo todo dando exemplo...e que nós como artistas somos mensageiros...a pergunta é: que mensagem queremos passar? sabendo que a influencia que exercemos é de nossa responsabilidade.Depois de assistirmos aos curtas, aprofundamos a conversa sobre que exemplos estamos seguindo e quais exemplos estamos dando, chegando ao entendimento que ensinamos aquilo que praticamos.
Inspirada pela conversa contei a seguinte história:
Gandhi certa vez foi procurado por uma mãe que levou o filhinho consigo, e lhe pediu:
- Gandhi, este menino come muito açúcar. Já tentei de tudo e não consigo que ele pare com isso. Como ele gosta muito de você, com certeza irá obedecê-lo. Por favor, peça para que ele pare de comer açúcar!
Gandhi pediu àquela mãe que voltasse uns 15 dias depois.
Tempo decorrido a mãe o procura novamente e Gandhi olha o menino com bastante atenção e diz:
- Pare de comer açúcar!
O menino baixou a cabeça, mas fez sinal de que iria obedecê-lo.A mãe não entedeu nada daquilo e perguntou, super intrigada:
- Gandhi, por que você não falou isso há 15 dias atrás?
- É que há 15 dias atrás eu também comia açúcar
Na sequencia, dividi a turma em dois grupos e a proposta era que fizessem uma improvisação que mostrasse um mau exemplo.
Depois das apresentações o grupo1 deu uma solução para que a cena do grupo2 se transformasse em um exemplo positivo e vice-versa. Improvisaram as sugestões.
Roda de conversa. os alunos falaram entusismados o quanto tinha sido legal essa aula. Segundo alguns: "a melhor aula de todas", " a gente vai fazendo e o teatro vai ficando cada vez mais importante", " a 'senhora' (falando de mim) chama atenção da gente mas é com conversa, aí a gente entende, e ve que é um privilégio a senhora estar aqui, tratando a gente bem assim. Tem pessoas que só porque fizemos certas coisas lá fora nos julga e nos trata mal, mas nós também temos coisas boas..."
E, ao meu ver, uma das infinitas "coisas boas" é a capacidade de reconhecimento, se estão enxergando valor e beleza em uma relação baseada no diálogo, no respeito e na alegria é porque tudo isso já tem dentro deles.
Dia bom!

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